quarta-feira, junho 28, 2006

Load ""

A vidinha dos putos de agora é realmente muito mais facilitada do que a dos putos da minha geração. Senão ora vejam:

Enquanto eu tinha um ZX Spectrum um puto agora pode ter uma playstation 2, um PC todo artilhado a playstation portátil e o gameboy advance que a tia deu no aniversário.

Mas, mesmo assim não andam contentes com a vida! Ora que caralho, enquanto eu esperava dez minutos para entrar um jogo, fantástico ainda nos dias de hoje com apenas oito cores e ficava todo encantado com aquela maravilha, agora os putos de hoje ainda se queixam que não tem nada para fazer! Eu não quero ser saudosista nem nada mas ora fodasse! Era chegar a um puto desses, dar-lhe um grande chapadão, tirar-lhe a playstation e obriga-lo a jogar no Spectrum! Qué pá aprender a ser Homem! Sim!

Homenagem á geração ZX Spectrum e a todos os aficionados.

LOAD “”

NHÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ KIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINHÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ´
KIIIIIIIIIIIIIIIIIXIIIXXXXIIIIIIIIII
RÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉRÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÓÓÓÓÓÓÓÓ
XIIIIIIIIIIIIIIIXIIIIIIIIIIIIIIIIIINHÓÓÓNHÓÓÓ

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Eu tinha em casa um telefone.

Servia para falar mais nada. Para toda a casa.

Agora qualquer puto tem um telemóvel que serve para falar (pouco), jogar jogos, mandar mensagens (muito) tirar fotos e muito mais.

E cum caralho! Agora mandar um SMS para uma gata é a coisa mais fácil do mundo ou então falar directamente com ela com os telemóveis.

Eu vivi a minha fase da adolescência num período em que os telemóveis eram tijolos gigantescos, a maior parte só davam para instalar num carro, custavam mais de duzentos contos e quem tivesse um era considerado um betinho nojento e habilitava-se a ser espancado por toda a gente na escola.

Pouco tempo depois, deu-se a explosão dos telemóveis. Coisa de dois anos de diferença que separa a minha geração da geração do sms.

Um puto conhecido como o Load aspas – aspas pega no telefone cinzento de marcador analógico pousado em cima da mesa com um paninho de linho branco por baixo.

Load aspas – aspas, sente que comeu o jornal de notícias ao almoço e agora anda ás voltas na barriga. A ansiedade é imensa, mas lá ganha coragem para levantar o auscultador.

Tira um papel amarrotado do bolso de trás das calças de ganga e começa a marcar um número na lenta rodela do telefone.

Lentamente preguiçosa, como que propositadamente gozona, a rodela vai clicando sons á medida que Load aspas – aspas escolhe um numero. Finalmente acaba de marcar.

“Deus, faz com que seja ela a atender. Vá lá vá lá!”

“TOU” responde uma voz grossa e ameaçadora.

“…….sim….bom dia….”

“QUEM É?!”

“…é o…joa…”

“ QUÉ? QUE QUERES PÀH?”

“ Sou colega da …”

“Ó QUE CARALHO!!! OUTRO FRANK SINATRA?” “QUE QUERES DA MINHA FILHA PÁH?”

“….é só por causa de um trabalho…”

“É É TÀ BENHE!! TÀ BEM EU VOU CHAMA-LA! PÕE-TE FINO PUTO!”

E era assim a vida antigamente. Quer dizer nem á sete anos! Dez no máximo. Agora a coisa é muito mais fácil.

Dantes era preciso ter colhões para querer falar com uma miúda pelo telefone. Agora é só escrever um sms.

E ainda se queixam.

A vida era dura

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