domingo, junho 18, 2006

Países com mais cábulas são também os mais corruptos

Os países onde os alunos universitários mais admitem copiar em exames são ao mesmo tempo aqueles que apresentem um incide de corrupção mais elevado, revela um estudo da Universidade do Porto, avançado pelo Diário de Notícias este domingo. A pesquisa da Faculdade de Economia daquele estabelecimento de ensino superior, avaliou 21 países de quatro continentes e indica uma «forte relação» entre a corrupção no mundo real dos negócios e a que existe na vida académica.

Naquela que foi a maior investigação a nível mundial foram inquiridos mais de sete mil alunos dos cursos de Economia e Gestão. A ideia de fundo é que se os mesmos padrões éticos prevalecem nos ambientes académico e de negócios, «é provável que quem adopte actividades não éticas na sala de aulas as venha também a adoptar no mundo dos negócios», escrevem as autoras do estudo, Aurora Teixeira e Fátima Rocha.

Daí que a associação entre a percentagem de alunos que admite copiar e medidas de corrupção, como o Índice Internacional de Transparência. Segundo as investigadoras, revelou-se uma relação significativa de associação positiva entre os níveis de fraude académica e o índice de corrupção percebida dos países.

Os países nórdicos, como a Suécia e a Dinamarca, que são vistos como os menos corruptos do mundo apresentam também os índices mais baixos de alunos que copiam – mais de 95% garantem que nunca o fizeram. Também as ilhas britânicas e a Nova Zelândia apresentam índices baixos de ambos os factores.

Em Portugal 62,4% dos alunos universitários admitem copiar nos exames às vezes ou quase sempre. Ao mesmo tempo o País aparece também como um dos estados onde a corrupção percebida é mais elevada, à semelhança do que se passa como outros da Europa do Sul. No topo da tabela que relaciona corrupção e fraude académica surgem países como Polónia (onde todos os alunos admitem as cábulas), Roménia (96%), Brasil, Eslovénia, Espanha e França (na ordem dos 80%).

In Diario Digital

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