quarta-feira, março 15, 2006

Kingdom of Heaven (2005)


Em 2000, Ridley Scott realizou um gigantesco épico: “Gladiator”.

Esse filme foi um enorme sucesso de público e crítica, e embora reconheça os méritos não sou particular fã. No entanto, gosto o suficiente para que tivesse alguma expectativa para este “Kingdom of Heaven”. Sobretudo pela forma como a história seria contada.

Orlando Bloom, secundário em sucessos como “LOTR” e “Pirates of the Caribbean”, tem aqui uma prova de fogo passando a principal e secundarizado por nomes tão respeitáveis como Liam Neeson, Jeremy Irons e até um muito disfarçado Edward Norton. Ao seu lado está Eva Green, a musa que Bertolucci descobriu para “The Dreamers”.

Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro sem fé, que um dia é procurado por um nobre de Jerusalem que lhe diz ser seu pai (Liam Neeson) e que lhe pede que o siga para herdar o seu título e um bocado de terra. O jovem acaba por ir, tornar-se barão e apaixonar-se pela princesa Sybilla (Eva Green), casada com o terrível Guy de Lusignan.

A luta entre cristãos e muçulmanos sempre existiu. No entanto, em Jerusalém coexistiram em paz durante o reinado de Baldwin (Edward Norton), um rei bom e justo, mas vítima de lepra, que cultivou boas relações com os muçulmanos. Quando Guy de Lusignan assume o trono recomeçam os massacres e os muçulmanos acabam por cercar Jerusalém naquela que poderá ser uma enorme derrota para os cristãos.

Balian assume a liderança dos resistentes. Uma das dúvidas que se impunha era ver se Bloom teria “estaleca” para um papel deste género. E a verdade é que não! Em “Troy”, a personagem Paris, com as suas inseguranças, estava (de longe) mais aproximada ao actor do que este Balian. Falta-lhe sobretudo carisma e verosimilhança que nos levem a crer, por um momento, que seria possível àquele homem assumir a liderança de um povo que o segue quase cegamente.

No extremo oposto temos Edward Norton, um rei consumido pela lepra, que vai dando alguma expressividade ao tal reino dos céus. Talvez desfazendo o erro de “casting” entre ambos o filme tivesse muito a ganhar. Irons e Neeson, com pequenas participações no filme, são quase nomes de vulto para aparecer no cartaz promocional e pouco mais. Outro dos problemas é a forma como a narrativa é construída e contada.

Em “Troy” o amor de uma mulher motivou tudo. Em “Gladiator” foi um desejo de vingança. Aqui, a história torna-se tão atabalhoada entre a honra, a defesa, o tal amor pela princesa e os estranhos antagonismos com Guy, que nos escapam as motivações de Balian - o herói que podia ter evitado tudo aquilo.

As cenas de batalha justificam o “budget” de cerca de 130 milhões de dólares. Mesmo com as mais modernas tecnologias, a verdade é que no pós “LOTR”, Scott não trás nada de novo. Aliás, as cenas de batalhas relembram quase de imediato “The Two Towers”, com clara vantagem para a obra de Peter Jackson. Outro aspecto interessante, e comum a ambos os épicos de Scott, é o facto de os antagonistas estarem em destaque. Se em “Gladiator” Joaquin Phoenix “dava baile” a Russell Crowe, também aqui temos Ghassan Massoud (como Saladin) a ser de longe o mais esclarecido e o único que sabe o que fazer.

Concluindo, “Kingdom of Heaven” é um épico interessante para quem gosta do género, mas que desiludirá quem espera outro “Gladiator”. Vai entretendo e pouco mais. 6/10

Site: http://www.kingdomofheavenmovie.com/

2 Comentários:

Às quarta-feira, março 22, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

Oh Bilhardas e que tal actualizar o blog?!

 
Às segunda-feira, março 27, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

baaaabbabbaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

 

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