Fantastic Four (2005)

Avi Arad da Marvel Studios tinha avisado que “Fantastic Four” era o filme “feel good” deste Verão. A partir destas palavras saberíamos que este era mais um daqueles filmes “girinhos”, mas com pouco sumo em termos de história, e com dramatismo e profundidade zero.
Infelizmente, este tem sido um dos grandes problemas das adaptações de BD ao cinema. É compreensível que toda a intensidade transmitida por uma personagem, e que é revelada aos seus amantes durante anos de aventura, seja impraticável em 90 e alguns minutos de filme, mas pelo menos podiam tentar!

Aqui surge o incontestável oásis que tem sido “Spider-Man”. Um herói mais humano e com algum moralismo “parolo”, mas com “background” suficiente para nos ir contando uma história feita de dilemas. A verdade é que tem conseguido receber a aceitação mais consensual entre público e crítica.

Mas surge um outro problema neste género agora tão em voga: o limbo entre o “fiel e infiel” ao seu original. Sendo impossível agradar a “gregos e troianos”, também é verdade que é esta fidelidade que leva a que alguns filmes sejam diminuídos pela crítica, como foi por exemplo “Sin City”. Mas tudo isto é “off topic”, por isso falemos um pouco de “Fantastic Four”.

Trata-se de um filme leve e despretensioso que durante quase uma hora nos vai conseguindo divertir, sobretudo com as descobertas dos poderes por partes dos quatro heróis e a relação tensa entre “Torch” (Chris Evans) e “The Thing”. O problema é o resto.

Os Fantastic que são divertidos a guerrear entre si, descarrilam quando se unem contra o vilão e começam as lutas de poderes diversos. A luta final é um bocejo e complementada pelo típico e irritante final a puxar à sequela - que já se sabe serem mais duas - pior ainda.

A aposta num público-alvo muito jovem é notória desde o início, começando pelo “casting”, onde a bela Jessica Alba, como a mulher muito pouco invisível, e Chris Evans, no papel do ultra cromo Human Torch, são atractivos suficientes para cativar grandes fatias de público. E a estratégia parece ter resultado, o filme “feel good” transformou-se num “hit” de bilheteira que dá sobretudo uma lufada de ar fresco monetário ao box-office - abalado por recentes fracassos. Concluíndo “FF” não é nada de especial, mas é um bocadinho melhor que os paupérrimos “Elektra” e “Blade: Trinity”.

No entanto, torna-se notório que com tantos projectos na calha a Marvel precisa de fazer algo pela sua política de adaptações, pois até o público mais fiel se cansa de ver sempre mais do mesmo. 5/10

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