quinta-feira, março 29, 2007

Paixão por pessoas erradas é um comportamento patológico

A tendência para gostar sempre da pessoa errada é um comportamento patológico que, geralmente, só se resolve com «uma catástrofe», afirma a psicóloga clínica Ana Cardoso de Oliveira, que sexta-feira dá uma palestra sobre o tema em Lisboa.

Ana Oliveira vai estar sexta-feira à noite no teatro A Barraca para explicar «Porque que nos apaixonamos pelas pessoas erradas» - título da intervenção organizada pela Associação Lavoisier, a que a psicóloga preside.

«O acto de nos apaixonarmos tem a ver connosco, somos nós que queremos actualizar uma parte de nós e que procuramos no outro características que gostávamos de ter, como por exemplo a extroversão», explicou Ana Cardoso de Oliveira à agência Lusa.

De acordo com esta psicóloga, que se licenciou no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) e se doutorou em Bolonha, Itália, a pessoa que se apaixona por alguém errado está a canalizar os sentimentos «para o seu oposto e não para o seu complemento».

Como resultado, «ao fim da primeira semana de relacionamento, a pessoa começa a cobrar à outra pelos seus hábitos individuais», iniciando-se um processo de «culpabilização do outro por ele ser como é e não se adaptar a nós», declarou Ana Oliveira.

Isto não acontece entre pessoas que sejam complementares, já que aí a tendência é para a mútua aceitação e não para o choque de caracteres, revelou a mesma fonte.

Ainda segundo a psicóloga, esta tendência para gostar da pessoa errada «é patológica e revela um padrão que apenas se rompe através da psicoterapia, ou numa situação de catástrofe, como a perda de um familiar ou do emprego».

«Nessas situações de crise, que podem dever-se a um acontecimento negativo específico ou a uma agregação de vários problemas, a pessoa tende a colocar tudo em causa e, então, coloca também o seu relacionamento, o que constitui uma oportunidade de mudança», assegurou Ana Cardoso de Oliveira.

A palestra «Porque que nos apaixonamos pelas pessoas erradas» integra um ciclo de conferências que tem vindo a ser dinamizado pela Associação Lavoisier, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que intervém na área da saúde mental.

Diário Digital / Lusa

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