sábado, julho 15, 2006

tríptico para uma morte ralo adentro

Nu, estou dentro dum frasco de champô quase vazio, por isso esquecido no parapeito da banheira. Ela canta enquanto toma banho, e algumas fugidias gotas de água quente entram para dentro do frasco. Molham-me.

Ela pega no frasco e derrama todo o seu conteúdo directamente na cabeça. Eu pensava que ela ia primeiro encher as mãos de champô, mas não, deita tudo directamente sobre os compridos cabelos molhados.

Tento agarrar-me aos cabelos mas não consigo. Estão demasiado escorregadios. Deslizo pela sua pele macia, conseguindo suster-me alguns segundos agarrado a uma nádega, até atingir o chão e a maré me levar ralo adentro. É tão bom morrer assim