sábado, outubro 22, 2005

Requiem for a Dream (2000)

De vez em quando surge um filme feito com pequeno orçamento, um elenco que não é recheado de estrelas, mas que consegue ganhar grande destaque e acaba virando culto. Requiem for a Dream é um filme que se destaca tanto na parte técnica como no enredo e no conteúdo (principalmente nestes dois últimos pontos). Dois anos depois de seu lançamento, o filme já é considerado uma das obras-primas máximas a retratar o mundo das drogas, com uma linguagem moderna, ousada e incrivelmente realista. Requiem for a Dream é um filme obrigatório para os adoradores do bom cinema.
A história é sobre quatro viciados, que no início do filme estão cheios de sonhos e com boas perspectivas de realizá-los, afinal são jovens (três deles), cheios de idéias e energia. Porém, com o vício, acabam por estragar tudo.
Harry (Jared Leto, de Alexander e Lord of War), Tyrone (Marlon Wayans, de Scary Movie e White Chicks) e Marion (Jennifer Connelly, que aqui faz um trabalho muito melhor do que no filme que lhe deu um Oscar, A Beautiful Mind) formam um grupinho de amigos que se envolvem cegamente nas drogas. Enquanto isso, Sara (a excelente actriz Ellen Burstyn) é viciada em televisão e, quando recebe uma possível proposta de participar em um programa, resolve emagrecer com pílulas de anfetamina, que acabam perdendo o efeito com o tempo, e ela, viciada, começa a exagerar na dose para tentar recuperar a eficiência das pílulas.
O filme é isso que você vê eventualmente sendo demonstrado na televisão em campanhas contra as drogas: mostra os sonhos, depois o processo de ruína, e o fim trágico de seus usuários. E, acreditem, Requiem for a Dream não é telenovela, aqui dificilmente o final será feliz, para quem quer que seja. E esse é justamente um dos pontos fortes do filme: ele não tenta dar nenhuma lição de moral, não ensinar nada, apenas joga na tela, da forma mais cruel possível, os efeitos que as drogas podem causar sobre seus dependentes. Não há nenhum médico ou parente para confortar os personagens, só desespero e dor. Então, o espectador é quem decide se o que viu é o suficiente para alertá-lo ou não.
O filme, além da estonteante e bem apresentada história e das belas interpretações (sobretudo a de Ellen Burstyn, que deveria ter levado o Oscar de melhor actriz secundária), é maravilhoso na sua parte técnica. Com cortes rápidos, uma trilha instrumental que serve muito bem a história e com uma montagem ousada (lembrando os filmes de Tarantino e Guy Ritchie), o filme passa suavemente (na medida do possível, se levarmos em conta sobre o que se trata) durante a sua projeção, servindo também como “entretenimento de tédio”. A cena final é uma das mais estonteantes já vistas na última década de cinema, e é magistralmente auxiliada por uma melodia inesquecível, chamada “Lux Aeterna” que, em conjunto com as imagens, vai levar os limites do espectador, juntamente com o dos personagens, às alturas.
Este é o terceiro filme do director Darren Aronofsky, o mesmo do estranho (e criticamente bem-sucedido) Pi, e ele desde já é um dos directores mais promissores do cinema actual. Qualquer futuro projecto seu já entrará, com justiça, na lista dos filmes mais esperados. Talvez só não é ainda mais reconhecido justamente por seus dois últimos filmes serem altamente não-comerciais. Quando entrar no mundo Hollywoodiano, é bem possível que continue nos surpreendendo, se bem que por um lado é bom esperarmos que ele jamais entre.
Esta sua obra-prima, Requiem for a Dream, tem cenas que são fortes, cujas emoções parecem ser verdadeiras (todos os actores, mesmo Jared Leto, que é ainda aprendiz de actor, estão muito bem). Algumas situações são repugnantes (como o médico que receita os remédios sem sequer olhar pra paciente), mas isso só ajuda no impacto que o filme causa. Este é um daqueles filmes que ficam gravados na mente de grande parte das pessoas que o assistem. Você decide se é de forma boa ou ruim... 9/10

http://www.requiemforadream.com/

3 Comentários:

Às sábado, outubro 22, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Pah!! eeeeeeeeeeee, ja nem me lembrava deste filme...só com o cartaz é que consegui relembrar..O roteiro, excelente,afeicoamo-nos a história, apesar ter ter um fim sórdido. Bilhardas, ja que gostas de filmes, recomendo-te estes que a meu ver têm um elenco parecido com o que expuseste.os quais" fight Club ;Lock, Stock and T,smoking Barrel e Alice in wonderland.

Pat

 
Às sábado, outubro 22, 2005 , Blogger Bilhardas disse...

Alice in wonderland? tens que ser mais especifica, pois existem vários e todos de fantasia. o "lock, stock and two smoking barrels" do guy richie,é excelente, já cohecia, o fight club n me parece que se enquadre neste genero, apesar de ser também muito bom! cumps!

 
Às sábado, outubro 22, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

N querendo fazer disto um chat, penso que percebeste pk sugeri tal filme....se n...pensa....todos os filmes se interligam....

 

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