segunda-feira, março 02, 2009

Australia (2008)



País: Austrália, EUA
Género: Aventura, Guerra, Romance
Distribuidora: Castello Lopes
Realização: Baz Luhrmann
Intérpretes: Nicole Kidman, Hugh Jackman, David Wenham


O australiano Baz Luhrmann regressa passado sete anos desde Moulin Rouge, aquele que é para muitos o grande regresso do musical clássico, o qual fora elogiado pelo próprio Robert Wise, que dirigiu os celebres Sound of Music e West Side Story, desta vez o género escolhido pelo autor não foi o musical, mas também foi outro de vertente clássica, refiro obviamente ao épico romântico o qual o exemplo de Victor Fleming (Gone With the Wind) é a referencia a seguir deste modelo.

O cinema romântico de fulgor épico pouco ou nada evolui desde Titanic, aquele que para os mais induzidos foi o último “grande” romance, de resto, Pearl Harbor falha obviamente o alvo, Cold Mountain desilude nos Óscares e Australia de Luhrmann tornou-se o messias do subgénero há muito desaparecido.


Australia foi um filme caro, tendo estimadamente custado 130 milhões de dólares que tendo fracassado nas bilheteiras dos EUA, apenas rendendo até agora 30 milhões. Mas porquê que Australia foi literalmente ignorado pelo grande publico após meses e meses de expectativas?


Primeiro, como já havia referido, Australia foi caro demais, fez-me quase lembrar o Heaven’s Gate de Michael Cimino, o caríssimo flop que foi o responsável pelos cortes orçamentais nos filmes e pela constante supervisão e avaliação dos produtores e estúdios, segundo os tempos mudaram, o cinema perdeu ingenuidade como também os críticos, as suas analises também tiveram culpa no cartório, e por último, Nicole Kidman sofre um pouco do sindroma de Tom Cruise, por mais esforçada ou grandiosa seja a interpretação ou a qualidade do filme, estão condenados ao fracasso porque a sua imagem apagou-se, no caso do seu ex-marido foi por sua responsabilidade, agora em Kidman, a coisa tornou-se inexplicável.

Os seus fiascos já vêm desde algum tempo, o “fenómeno” iniciou-se com Bewitched (que esteve presente nos Razzies), e continuou com The Golden Compass e a desastrosa produção de Invasion, ao lado de Daniel Craig.



Nicole Kidman volta a reunir com Baz Luhrmann, sendo Moulin Rouge um dos melhores resultados na carreira da actriz, a hipótese de voltar a trabalhar com o autor, não muito presente no cinema, poderia fazer com que ela regressa-se ao estrelato antes que a idade lhe leva a melhor, pois, porque neste momento a estética é fulcral para um filme, e cada vez mais actrizes mais novas são contratadas para os importantes papeis, é só reparar na dificuldade que Diane Keaton e Kim Basinger tem tido em arranjar bons papeis ultimamente, no caso da primeira já não há retorno possível. Infelizmente, a sua tentativa de ascensão revela-se também ela fracassada, e mesmo o filme não ter triunfado nas bilheteiras como se imaginara, a actriz não consegue deslumbrar, a sua interpretação chega a ser monótona, com rasgos do seu ego e nada demais, os tempos da variação composta em The Hours já foi á muito.


No caso das interpretações, Hugh Jackman obviamente se destaca no papel de Drover, nome o qual se designa os “condutores de gado”, variando do seu registo de herói de “mau feitio” característico de Van Helsing ou Wolverine (o papel que lhe deu fama).


Jackman tem vindo ultimamente a destacar-se pela sua versatilidade e ambição para variar de registos, vimos em comédias românticas (Kate & Leopold), comédias mais dramáticas (Scoop), ficção científica (The Fountain) e no drama a roçar a fantasia (The Prestige), é em Australia que tem a uma futura referência para abrir portas para o cinema mais adulto e digno de notoriedade.

Contudo a revelação acaba por ser a de Brandon Walters no papel de um miúdo aborígene mestiço que por sinal é o narrador da obra de Luhrmann, uma “performance” doce, sendo o único veículo de magia de um filme não consegue transpor, foi nomeado pela Chicago Film Critics Association Awards como a Interpretação mais Prometedora, o premio foi para Dev Patel no Slumdog Millionaire de Danny Boyle.


Destaque também para David Wenham (mais conhecido como o espartano narrador de 300) no papel de vilão de serviço, uma composição amena apesar deste papel facínoro não ser muito directo, devido á narrativa com mais olhos que barriga, mas já passamos por lá. Já agora, Wenham não faz lembrar David Thewllis?




Há quem acuse de Australia ser um filme demasiado conservador, outros, um cliché pegado e ainda quem refira como “cheesy movie”, o filme de Baz Luhrmann tem o mérito de ser uma obra feita para agradar um vasto público, para faze-los sentir que estão perante uma obra-prima, para o mais velho espectador causar nostálgica dos velhos clássicos em que unir homem e mulher é a maior das jornadas, muito “dinheirinho” foi gasto no tratamento visual, na fotografia e nos efeitos especiais o que oferecem ao espectador a riqueza óptica que favorece o entusiasmo durante as cercas de 3 horas de filme, até nisso Australia aspira a épico.


Mas o que senti ao ver este ambiciosíssimo romance é uma falta de identidade, inicia-se como filme de época a chegar á variação de A Casa da Pradaria, transforma-se em western / aventura e simula um final deveras grandioso, a narrativa regressa e a roçar o “dramalhão” e no final chegamos ao bélico, o qual Pearl Harbor de Michael Bay abate sobre a nossa memória.


No fim disto tudo onde entra o dito continente australiano? Falta o misticismo do território, sobra obviamente muita referência que podia ser baseada na cultura australiana, mas termina por comparar a magia aborígene com o clássico de The Wizard of Ox, onde o tema “Over the Rainbow” parece estar sempre presente até mesmo na sonoplastia que nunca varia de tom.




Sem dizer que Australia chega mau filme, concluiu que se trata de um produto plástico, sem grande emoção embrulhado num “papel de embrulho” deveras atractivo, Baz Luhrmann queria á força construir um novo “E Tudo o Vento Levou”, a nova clássica obra-prima, mas o resultado virou numa certeza incompetente. Com certeza agradará a muitos e não condeno por isso, porque dentro dos seus limites esta Australia ainda revela alguns méritos como filme hollywoodesco. 7/10


Site Oficial

1 Comentários:

Às quarta-feira, março 18, 2009 , Anonymous Anónimo disse...

A Nicole é Linda! E mesmo com a idade chegando ela continua linda, perfeita, seu rosto parece de uma boneca!E o corpo! Perfeito!, raramente uma mulher com mais de quarenta anos e branca permanece com o corpo e o rosto perfeito! Ela usa botox mas ela dá para passar por uma mulher de 33 a 35 anos com certeza.Ela é muito bela!
Danielle Rabelo.

 

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