Déjà Vu (2006)
Sinopse:
Todos nós já tivemos a inquietante experiência de déjà vu – aquela lembrança súbita quando nos cruzamos com alguém que sentimos que conhecemos a vida inteira ou quando reconhecemos um lugar onde nunca estivemos. E se estas sensações forem de facto avisos vindos do passado ou pistas para o futuro?
Destacado para recolher provas após o rebentamento de uma bomba num ferry em Nova Orleães, o agente Doug Carlin (Washington) está prestes a descobrir que aquilo que muitos acreditam estar somente nas suas cabeças é, de facto, algo muito mais poderoso..
Critica:
Quem procurar em Déjà-Vu um refúgio espiritual sobre o destino e aquela estranha sensação de reconhecimento denominada Déjà-Vu, que entre na sala ao lado. Déjà-Vu de Tony Scott é, ao contrário do que muitos esperam, um filme de acção e não de reflexão.
O Déjà-Vu em si não passa de um pretexto tecnológico para muita (e boa) acção e um par de representações magistrais. Falo de Denzel Washington e James Caviezel, que, em papéis opostos de herói e anti-herói, preenchem o filme de forma carismática e brilhante. Aliás, é mesmo Washington que salva o filme em vários momentos de cair no rídiculo, tal a ousadia do conceito, muitas vezes só pelo seu ar dominante e olhar penetrante.
Enquadrado então no seu ramo de eleição, - a acção - Tony Scott trabalha novamente a camera como poucos e reproduz, de forma bem mais suave e menos irritada do que “Man on Fire”, um conjunto de planos extraordinariamente apelativos. Mas não há bela sem senão, e em termos de montagem, “Déjà-Vu” volta a pecar por diversas situações. Tal como o havia feito em “Man on Fire”.
O elenco é forte e apenas Val Kilmer, com a sua personagem de cara inchada e avolumada, sem qualquer aprofundamento psicológico destoa. Já Washington volta a agarrar o espectador como só ele sabe e desta vez conta ainda com um inesperadamente arrepiante e frio Caviezel. Uma palavra ainda para Adam Goldberg, que com uma personagem secundária rouba por várias vezes o protagonismo no ecrã a todos os outros.
Num filme cientificamente complexo e arrojado como “Déjà-Vu”, serão certamente muitos os que apedrejarão Tony Scott pela leviandade com que trata o tema. São imenos os buracos no argumento e facto de tornar o déjà-vu resultado de um mecanismo tecnológico, construído pelo homem, invés de uma qualquer habilidade da mente ou característica arrepiante e espiritual da raça humana, abonará na sua acusação.
Mas para todos os outros que conhecem o historial de Scott e sabiam que o filme seria, acima de tudo, frenético e ideologicamente despreocupado, “Déjà-Vu” foi uma óptima surpresa. Surpresa porque apanhamos um Tony Scott com uma mão mais firme e menos irrequieta, liderado por um Denzel Washington que, por mais que tente e arrisque, não sabe fracassar.
É acção pura mas inteligente e com fundamentos. Agora resta esperar que alguém pegue no conceito de Déjà-Vu deixado por Scott e o transforme numa série televisiva. O que não falta é pano para mangas. 7/10
Intérpretes:
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial