domingo, abril 23, 2006

Oliver Twist (2005)


O novo filme de Polanski acrescenta muito pouco à célebre história de “Oliver Twist” de Charles Dickens, publicada inicialmente em capítulos mensais entre 1837 e 1839.

Mas, tendo em conta a magistralidade de Dickens, esta é uma história que apenas pede para ser contada. E, nesses termos, Polanski faz aqui não só uma homenagem ao autor, mas permite também aos espectadores uma viagem no tempo cheia de detalhes.

Oliver (Barney Clark) é um jovem de 10 anos, criado num orfanato da Inglaterra rural que arranja maneira de chegar a Londres, onde lhe é dado abrigo por um grupo de pequenos delinquentes dirigido pelo avarento Fagin (Ben Kingsley).

Na sua primeira saída, Oliver cruza-se com Mr. Brownlow (Edward Hardwicke), que não consegue resistir à aura de bondade e honestidade de Oliver. Polanski faz uma narrativa convencional, onde o grande destaque vai, sem dúvida, para Londres, também ela uma personagem, se não a mais forte, de toda a história.

O impacto e beleza visuais deste filme devem-se ao exímio trabalho de design de produção de Allan Starski (“The Pianist”), conseguindo aliar realismo e criatividade; de guarda-roupa perfeito, a cargo de Anna Sheppard (“Schindler’s List” e “The Pianist”); e da fotografia de Pawel Edelman, capaz de transformar ruas lamacentas e casas decrépitas em verdadeiros poemas, enchendo o céu de nuvens e chuva quando Oliver está com Fagin e de sol quando está com o bondoso Mr. Brownlow.

As interpretações de Ben Kinglsey como Fagin e de Jamie Foreman como Bill Sykes acrescentam a força necessária para cativar a nossa atenção. Mas “Oliver Twist” funciona igualmente como show-case para os jovens actores deste elenco, como é o caso do melancólico Barney Clark (Oliver) e a tocante Leanne Rowe como Nancy Sykes, a protectora de Oliver dentro do grupo de pequenos ladrões.

Sem sentimentalismos, e socialmente consciente, Polanski cria um mundo frio e cruel, onde se funde também a história da sua própria infância na Polónia da Segunda Guerra Mundial. Estando longe do melhor de Polanski, “Oliver Twist” capta, no entanto, a essência do melhor de Dickens. …7/10

http://www.sonypictures.com/homevideo/olivertwist/index.html

2 Comentários:

Às quinta-feira, abril 27, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

huhuhuhuuhhuuh...legal...esse filme

pretendo assistir


lingua portuguesa

 
Às sexta-feira, abril 28, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

divinal

 

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