quarta-feira, outubro 12, 2005

Thirteen (2003)


Atentem bem neste nome: Evan Rachel Wood. Esta jovem actriz de 16 anos (fazia o papel de filha de Al Pacino em "S1m0ne") é um portento de representação. E os Estados Unidos já viram isso mesmo, nomeando-a aos Globos de Ouro com a sua participação neste filme. A película começa precisamente com um "close-up" à sua cara, onde se experimenta uma sensação de descoberta adolescente segundos depois explicada ao espectador.Evan interpreta uma típica estudante americana de treze anos. Como todas as crianças em fase de entrada na adolescência está numa época crítica da sua vida; de descoberta, de adulteração ou valorização de ideais morais, de grande sensibilidade ao meio doméstico que a rodeia. Na escola ainda é vista como uma menina que brinca às barbies, rótulo sufocante para uma criança com essa idade. Em casa vive uma mãe ex-alcoólica (mais uma excelente interpretação de Holly Hunter), divorciada de um homem distante dos filhos, e separada de um toxicodependente (Jeremy Sisto, que vimos na segunda época da série televisiva "Sete Palmos de Terra") prestes a regressar a casa depois de um tratamento num centro de reabilitação.É nestas alturas que se seguem modelos. Evie Zamora (outra actriz de 16 anos, Nikki Reed, que faz aqui a sua brilhante estreia) é a miúda mais popular da escola. Obviamente, vai ser o modelo a seguir por parte de Tracy (Evan Rachel Wood).
"Treze - Inocência Perdida" é um filme sobre um tema que muito tem sido explorado nos últimos tempos pelos mais diversos realizadores no mundo inteiro. A juventude perdida, sem valores, e os sonhos desfeitos por lares em ruptura. Larry Clark é o principal obcecado ("Kids", "Ken Park", "Bully"), mas no ano passado vimos também "Lylia 4-Ever" (do sueco Lukas Moodysson) ou "L.I.E." (Michael Cuesta). "Treze" não é, portanto, um colosso de imaginação. Mas tem uma grande mais valia: foi escrito em parceria entre a realizadora Catherine Hardwicke (que com ele venceu o prémio de melhor realização o ano passado em Sundance) e uma miúda que ainda há poucos anos passou por essa idade. Precisamente Nicki Reed, a co-protagonista ao lado de Evan Rachel Wood. Logo, é legítimo falar-se em genuinidade dos aspectos focados ao longo do filme: a primeira experiência sexual (sem recorrer aos planos de nús de um obstinado Larry Clark), o roubo, o primeiro cigarro, a droga, a cisão com os progenitores. O mais fascinante em "Treze" é verificar que muitas vezes é dado ao espectador a opção de escolha, de sugestão para aquilo que outros mostram nos seus "filmes-choque". Outra ferramenta muito bem trabalhada pela realizadora é a fotografia, granulosa, mais colorida nos momentos de êxtase e satisfação por que passam as raparigas, muito "crú" e acinzentada nos momentos de maior dramatismo e regresso à realidade."Treze" é mais um alerta aos pais. Mas um alerta que pode ser visto nos cinemas por ambas as partes intervenientes no processo: pais e filhos (a classificação em Portugal é para maiores de 12 anos) 7/10

http://www2.foxsearchlight.com/thirteen/thirteen.html

2 Comentários:

Às quarta-feira, outubro 12, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Sem dúvida um filme interessante. Esta malta jovem devia vê-lo. Falta é saber se eles conseguiriam interpretar a mensagem, ou se iriam apreciar mais as cenas destas duas miúdas... Afinal é na adolescência que tudo é possível...

 
Às quarta-feira, outubro 19, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Por acaso tb vi este filme, mas duvido que os pré adoslescentes o vejam..até pk penso que nem é recomendado nas escolas como prevenção!..Gostei, mas lembro-me que a acção é quase sempre a mesma, tornando-se um pouco saturante, contudo é um filme bastante realista.

Paty

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial