A Demografia portuguesa em 2060
O Instituto Nacional de Estatística estima que Portugal continuará a ter cerca de 10 milhões de residentes nos próximos 50 anos, mas manter-se-á a tendência para o envelhecimento: em 2060, por cada três idosos haverá um jovem.
Segundo as projecções de população residente em Portugal 2008-2060 hoje divulgadas, os vários cenários traçados pelo INE - em que pesam fluxos migratórios, nascimentos e mortes - o número de residentes no país dentro de 50 anos oscilará entre os 11,992 milhões (cenário elevado) e os 8,105 milhões (cenário sem imigrações), avança a agência Lusa.
Num «cenário central», o INE refere que o número de residentes continuará a aumentar até 2034, altura em que chegará aos 10,898 milhões de pessoas. A partir dessa data, a população residente diminuirá e em 2053 atingirá valores abaixo dos de partida (10,617 milhões a 01 de Janeiro de 2008).
Em 2060 deverão existir 10,364 milhões de habitantes em Portugal, um valor, segundo o INE, superior aos das estimativas para o período entre 1980 e 2002.
Já num cenário sem imigração, os residentes em Portugal diminuiriam, destaca o INE. No âmbito da hipótese «improvável» de ausência de imigrantes e mantendo as suposições em termos de nascimentos (fecundidade) e mortes (cenário sem migrações), Portugal perderia 25 por cento dos residentes nos próximos 50 anos, que passariam a ser 8,105 milhões.
No chamado «cenário elevado», a população aumentará continuamente até 2060, como resultado de maiores volumes migratórios anuais e conjugados com níveis de fecundidade mais elevados. Neste caso, o número de pessoas a viver em Portugal em 2060 chegará aos 11,992 milhões.
Num «cenário baixo» (menores fluxos migratórios e menos nascimentos e esperanças de vida inferiores ao do cenário central), haverá uma diminuição de residentes a partir de 2016, uma tendência que se manterá até 2060, altura em que o número de pessoas a viver em Portugal chegará aos 8,910 milhões.
Diminuição de jovens
Todas as projecções do INE apontam para a diminuição das percentagens de jovens (pessoas com menos 15 anos) e de adultos (15 aos 64 anos) na população total e para um aumento para cerca do dobro da dos idosos (mais de 65 anos). Neste aumento da população mais velha pesará sobretudo o esperado aumento de 12,7 (2008) para 15,8 por cento (2060) dos habitantes com 80 anos ou mais.
No «cenário central», a percentagem de jovens cai de 15,3 por cento em 2008 para 11,9 por cento em 2060, enquanto a população activa oscila entre os 67,2 e os 55,7 por cento, respectivamente. A população com 65 ou mais anos quase duplicará: de 17,4 por cento em 2008 passa para 32,3 por cento em 2060.
A diminuição de jovens e o simultâneo aumento dos idosos fará subir o índice de envelhecimento da população: no cenário central, em 2060, residirão em Portugal 271 idosos por cada 100 jovens, mais do dobro do valor projectado para 2009 (116 idosos por cada 100 jovens).
Ainda segundo o INE, saldos migratórios positivos «não serão suficientes para atenuar o envelhecimento demográfico, nem mesmo se se verificar simultaneamente uma maior contribuição da componente da fecundidade».
«A conjugação de saldos migratórios e de níveis de fecundidade mais elevados, tal como preconizado no cenário elevado, que contempla ainda uma maior esperança média de vida, permitirá apenas a atenuação do ritmo de envelhecimento populacional», destaca o instituto.
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