sábado, dezembro 27, 2008

Chaos Theory (2008)


Realizador: Marcos Siega
Intérpretes: Ryan Reynolds, Emily Mortimer, Stuart Townsend, Sarah Chalke, Mike Erwin, Constance Zimmer

Sinopse
Frank Allen (Ryan Reynolds) tem aperfeiçoado a arte de viver através de um sistema infalível de calendários. O seu diário de listas “a fazer” é uma lenda, fazendo cada escolha seja ordenada e previsível. Mas a vida em si não obedece a esquemas de calendário ou coisas do tipo, e sua tão controlada vida vira um caos quando ele descobre que a sua esposa, Susan (Emily Mortimer), teve um caso com seu melhor amigo Buddy (Stuart Townsend), e que a sua filha de sete anos de idade, Jesse (Matreya Fedor), pode ser filha desta relação e não do seu casamento.

Critica
Frank Allen (Ryan Reynolds) tem a vida cuidadosamente (ou melhor, obsessivamente) organizada em fichas e num rigoroso calendário que não lhe dá margem de manobra e lhe oferece a tranquilidade de não ter de lidar com o inesperado. Após ter escrito um livro sobre o uso eficiente do tempo, Frank dá palestras “evangélicas” sobre este modo de vida. Tudo corre na perfeição até ao dia em que a sua mulher Susan (Emily Mortimer), em vez de adiantar o relógio 10 minutos para que ele lhe possa fazer um recado, acaba por atrasá-lo 10 minutos, abalando por completo o estruturado dia de Frank.

Este é o começo do desmoronamento de Frank como ele sempre se conheceu. Mas, em vez de abdicar do seu hábito, Frank transforma-o, passando a usar as fichas para escrever as diversas opções que se lhe deparam e escolhendo uma aleatoriamente (nem sempre a melhor ou a mais racional). Decidido a assumir o acaso como um elemento inevitável, Frank ver-se-á obrigado a questionar muito da sua vida no caminho para a verdade última.

O argumento de Daniel Taplitz não é dos mais consistentes, apelando a uma série de coincidências e azares que recaem sobre Frank e que nada têm a ver com o referido atraso de 10 minutos. Além disso, os abundantes clichés (como a mota símbolo de “liberdade”) tiram bastante potencial à história. A realização de Marcos Siega não é particularmente surpreendente, sobretudo tendo em conta a sua mais recente participação na terceira temporada da série televisiva ‘Dexter’.

Existe, no entanto, o esforço de dimensionar correctamente as personagens, especialmente Frank cujo equilibrado papel de pai e marido contrasta com o seu lado mais obsessivo. Ryan Reynolds tem a sua veia cómica bem afinada, mas o seu lado dramático deixa algo a desejar. O mesmo não acontece com a versátil Emily Mortimer, que, de forma sustentada, contrapõe a sua Susan a Frank sem se transformar nunca no seu oposto.

“Chaos Theory” fica além da expectativa lançada pelo seu próprio título quando falha em mostrar a componente orgânica da transformação. O que seriam as consequências naturais da mudança, aqui não passam de uma série de situações forçadas. Fica a ideia de que a verdadeira liberdade é aquela que se alcança quando nos atrevemos a sair de dentro de nós mesmos. 7/10


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